Do coração de pedra ao livro da vida. A busca pela verdade no julgamento: uma análise entre a verdade real no direito, o julgamento egípcio e a verdade (אמת, êmet) absoluta do Deus de Abraão, Isaque e Jacó

Resumo

Este artigo investiga a busca pela verdade no ato de julgar: desde os limites do juiz humano no Direito, passando pelo tribunal de Osíris no Egito, até o juízo perfeito de Deus no Apocalipse. No Direito, distingue-se entre verdade real e verdade formal, destacando-se os limites constitucionais e processuais da atividade jurisdicional. Na religião egípcia, o Livro dos Mortos descrevia a pesagem do coração na balança de Maat, a deusa da Justiça, em que o justo era absolvido quando seu coração era mais leve que a pena. Para evitar a condenação, utilizava-se o feitiço do coração, inscrito em escaravelhos de pedra amarrados ao peito do morto, numa tentativa de silenciar a culpa. A Bíblia, porém, revela o Deus da Verdade (El Emet), manifestado em Cristo, aquele que esquadrinha os corações e traz à luz o que está oculto, transformando o coração de pedra em coração de carne (Ez 11:19; 36:26) e removendo o peso do pecado. O estudo contrapõe o Livro dos Mortos ao Livro da Vida (Ap 20:12), mostrando que, enquanto o Egito buscava manipular o julgamento, a revelação bíblica proclama a verdade completa em Cristo, o Alfa e o Ômega (Ap 22:13).