Formação Teológica em Crise: a superficialidade doutrinária como fruto da massificação
Resumo
O presente artigo analisa a crise na formação teológica contemporânea, especialmente no contexto brasileiro, marcada pela superficialidade doutrinária decorrente da massificação da igreja visível. O objetivo é demonstrar como o crescimento numérico das igrejas, desvinculado de uma formação teológica sólida, compromete a maturidade espiritual dos fiéis e a fidelidade à verdade revelada. A metodologia adotada é qualitativa, com base em análise teológica e documental de fontes clássicas e contemporâneas, como Agostinho, Tomás de Aquino, Lutero, Calvino, Jonathan Edwards e R. C. Sproul, além de textos bíblicos selecionados. O artigo revisita a distinção entre igreja visível e invisível, a doutrina da eficácia dos sacramentos e a relação entre razão e afeto na fé cristã. Os resultados apontam que a expansão da igreja visível, quando não acompanhada de ensino doutrinário consistente, favorece o emocionalismo, o pragmatismo e a vulnerabilidade a falsos ensinos. A análise da parábola das dez virgens (Mateus 25:1–13), da advertência contra falsos profetas (Mateus 7:15–23) e da carta à igreja de Éfeso (Apocalipse 2:2–5) reforça a necessidade de discernimento e de amor como marcas da verdadeira fé. Conclui-se que a formação teológica deve integrar razão e afeto, conforme proposto por Edwards, promovendo uma espiritualidade robusta e fiel à Palavra. A superação da crise formativa exige estratégias que priorizem a profundidade bíblica, a mentoria pastoral e o desenvolvimento de afetos santos enraizados na verdade.