Estudo de aplicação da correção de fator de potência em instalações trifásicas industriais

  • Fábio Basso Gaino
  • Renato Aparecido Laguila
  • Jonatan Pereira Machado
  • Patrícia Beneti de Oliveira

Resumo

A crescente demanda por energia elétrica no setor industrial brasileiro tem impulsionado a busca por soluções que promovam maior eficiência energética e racionalização dos custos operacionais. Nesse contexto, a correção do fator de potência (FP) se destaca como uma prática fundamental, especialmente em instalações trifásicas industriais, onde há grande presença de cargas indutivas, como motores, transformadores e fornos de indução. Essas cargas consomem potência reativa, reduzindo o fator de potência e impactando negativamente o desempenho do sistema elétrico. O fator de potência é a relação entre a potência ativa (P), utilizada efetivamente para realizar trabalho, e a potência aparente (S), que representa a energia total fornecida. Quando o FP é inferior a 0,92, conforme exigência da ANEEL, os consumidores estão sujeitos a penalidades financeiras. Além disso, um baixo FP ocasiona aumento da corrente elétrica, sobrecarga de condutores e transformadores, maiores perdas por efeito Joule, queda de tensão e degradação da qualidade da energia. A correção do FP é realizada por meio da instalação de cargas capacitivas, geralmente bancos de capacitores, que fornecem potência reativa capacitiva (QC) para compensar a potência reativa indutiva (QL) das cargas. O dimensionamento desses capacitores pode ser feito com base na potência ativa da instalação e nos ângulos dos fatores de potência antes e depois da correção. A metodologia do trabalho incluiu pesquisa bibliográfica e análise de um estudo de caso em uma indústria de médio porte do setor metalúrgico, operando em 380V trifásico. Antes da correção, a instalação apresentava um fator de potência médio de 0,78, resultando em multas mensais de R$2.800,00. Com a instalação de um banco de capacitores automático de 200 kVAr, ajustado para manter o FP acima de 0,95, o fator de potência médio foi elevado para 0,96, eliminando as penalidades e gerando uma economia mensal equivalente ao valor anteriormente pago em multas. Conclui-se que a correção do fator de potência é uma estratégia viável, de rápido retorno financeiro e com benefícios técnicos significativos. Sua implementação deve ser considerada parte essencial da gestão energética em ambientes industriais, contribuindo para a eficiência, estabilidade e sustentabilidade dos sistemas elétricos.

Biografia do Autor

Fábio Basso Gaino

Discentes do curso de Graduação em Engenharia Elétrica do Centro Universitário Filadélfia – UniFil

Renato Aparecido Laguila

Discentes do curso de Graduação em Engenharia Elétrica do Centro Universitário Filadélfia – UniFil

Jonatan Pereira Machado

Discentes do curso de Graduação em Engenharia Elétrica do Centro Universitário Filadélfia – UniFil

Patrícia Beneti de Oliveira

Docente dos cursos de Engenharias do Centro Universitário Filadélfia – UniFil

Publicado
2025-08-06
Como Citar
Gaino, F., Laguila, R., Machado, J., & Oliveira, P. (2025). Estudo de aplicação da correção de fator de potência em instalações trifásicas industriais. Revista Terra & Cultura: Cadernos De Ensino E Pesquisa, 41(especial), 232-241. Recuperado de http://periodicos.unifil.br/index.php/Revistateste/article/view/3338/3129