Eficácia das cirurgias bariátricas sobre o diabetes mellitus ii
Resumo
A prevalência da obesidade tem aumentado, tanto em países desenvolvidos como em desenvolvimento, chegando a atingir níveis considerados epidêmicos, sendo a mesma caracterizada pelo excesso no acúmulo de tecido gorduroso, que associa-se ao aparecimento de diversas complicações tais como a hipertensão arterial, insuficiência coronariana, dislipidemias, intolerância a glicose e diabetes mellitus tipo II (DM II). A mesma é ainda o fator de risco mais poderoso para o DM II, pois ela é acompanhada por alterações importantes no metabolismo da glicose, especialmente na ação biológica do principal hormônio regulador desse metabolismo, acarretando resistência à insulina. Essa resistência reflete nos portadores de DM II em graus diferentes de obesidade visceral que leva ao aumento do risco de doenças cardiovasculares. Cujos tratamentos envolvem mudanças no estilo de vida, assim como na dieta, atividade física e inclusive tratamento cirúrgico, sendo então as cirurgias bariátricas extremamente eficientes no controle de algumas doenças associadas, especialmente o DM II, pois a resolução da patologia acontece precocemente após esse procedimento, antes mesmo que ocorra grande perda de peso. Tal fato pode ser explicado pelo efeito endócrino decorrente da intensa redução da ingestão alimentar acompanhada da diminuição do apetite que é atribuída à menor produção do hormônio grelina pela exclusão do fundo gástrico do trânsito alimentar, onde a reversão do diabetes deve-se a um aumento da sensibilidade à insulina associado a uma melhora da função de célula beta, incluindo a recuperação da primeira fase de secreção de insulina. Esta recuperação deve-se a um aumento do hormônio gastro-intestinal com ação incretínica, o glucagon like peptide 1 (GLP-1) que esse procedimento produz, mesmo no período pós-operatório mais precoce.